Continuando o assunto sobre Literatura e Segunda Guerra que eu comecei duas postagens abaixo, hoje quero comentar e recomendar o livro Resistência de Agnès Humbert.
Detalhe da Capa |
Já devem ter percebido que a maioria dos meus livros têm alguma história e esse não é diferente. Um amigo meu estava esperando a namorada fazer compras no shopping e foi até a Livraria Nobel para passar o tempo, entrou na internet e abriu o MSN, começamos a conversar e ele me disse que estava na livraria e se eu não queria que ele me trouxesse alguma coisa... perguntei se não tinha nada num preço bom e ele me disse que o livro Resistência estava por R$ 30,00. Não conhecia. Ele então me explicou mais ou menos do que se tratava e na hora me interessei. No fim de semana o livro estava comigo!! Ótima aquisição!!
O livro conta a história – verídica – da historiadora francesa Agnès Humbert que, inconformada com a ocupação nazista na França, decidiu permanecer em Paris e junto com seus amigos do Museu do Homem organizarou um dos primeiros grupos franceses de resistência. Por meio de um jornal que eles redigiam, imprimiam e distribuíam, denominado Résistance, o grupo iniciou uma campanha contra o governo de Vichy e contra os nazistas.
O grupo, eficiente e corajoso, se mostrou uma pedra no caminho dos nazistas em Paris, e agiram até serem traídos por um de seus membros e entregues à Gestapo. Os homens foram executados por um pelotão de fuzilamento e as mulheres levadas para um campo de trabalhos forçados na Alemanha.
Até ai o livro é um diário e Agnès conta o dia-a-dia desde os dias pouco antes da ocupação até a decisão de voltar para Paris e lutar. A segunda parte do livro foi escrita apenas depois do fim da guerra, quando Agnès foi libertada, e nela a escritora narra suas memórias desde desde seu julgamento na França, sua condenação, sua transferência para o campo na Alemanha e os dias em que passou ali.
Mais uma oportunidade de reler os acontecimentos obscuros daquela fase da história pelo olhar e experiência de quem viveu na pele aqueles dias sombrios. Como tantos outros relatos que ouvimos e lemos, esta é a história de alguém que preferiu se arriscar à simplesmente aceitar as coisas e que, mesmo sofrendo as consequencias atrozes de sua coragem e ousadia, conseguiu manter a dignidade e a esperança.
Quero conhecer Paris, e quando isso acontecer, vou andar pelas ruas e olhar para o chão lembrando e pensando nas pessoas de valor inestimável como Agnes que também andaram por ali, onde viveram e morreram pelo que julgavam certo.
Segue o texto de início do livro pra te dar vontade de ler ele todo:
“Palácio de Chailot, Paris, 7 de junho de 1940.
Circulam boatos, os mais contraditórios, mas parece que os alemães avançam por todos os lados. (…) No museu, o ambiente anda sinistramente pesado. As coleções foram todas removidas. Sobrou a biblioteca. Acabo de receber ordem para embalar os livros mais valiosos.”
- foto tocante, não acham? - |
Recomendo!!!
Beijos e Boa Leitura!!
Fefa Rodrigues
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