segunda-feira, 21 de maio de 2012

Adélia Prado

Para começar bem a semana, nada melhor do que um pouco de assombro nas palavras de Adélia Prado.


Um dia,
como vira um navio
pra nunca mais esquecê-lo
vi um leão de perto.
Repousava
a anima bruta indivídua.
O cheiro forte, não doce,
cheiro de sangue a vinagre.
Exultava, pois não tinha palavras
e não tê-las prolongava-me o gozo:
é um leão!
Só um deus é assim, pensei!
Sobrepunha-se a ele
um outro animal
radiando na aura
de sua cor maturada.
Tem piedade de mim, rezei-lhe
premida de gratidão
por ser de novo pequena.
Durou um minuto a sobre-humana fé.
Falo com tremor:
eu não vi o leão,
eu vi o senhor.

                                                  Adélia Prado

Boa semana a todos...
Beijos,
Fefa Rodrigues

sexta-feira, 11 de maio de 2012

O Fantasma de Canterville

Quando li O Retrato de Doryan Gray fiquei um pouco decepcionada, como comentei aqui no blog, pois, apesar de toda vontade que tinha de ler este clássico, não gostei muito da história nem da forma como ela é narrada. Não gostei do personagem principal, na realidade, não gostei de nada. Estes meus comentários geraram certa revolta por aqui e, inclusive, um comentário anônimo me chamado de estupida

Desde então, não li mais nada de Oscar Wilde até que, procurando sobre histórias de fantasmas e casarões antigos (coisa que eu adoro), descobri este pequeno livro que conta a história de uma rica família norte-americana que compra a propriedade de Canterville, na Inglaterra, um enorme casarão que, além de decorado ao estilo vitorino, é assombrado pelo fantasma de Simon de Canterville, um dos ancestrais proprietários do local, que assassinou sua própria esposa na biblioteca de depois desapareceu.

O Sr. Otis, embaixador norte-americano comprou a casa ciente da existência do fantasma e se mudou para lá com sua família. Assim que a familia chegou, o fantasma iniciou suas atividades e é aí que começa a parte engraçada. Na primeira noite, quando o fantasma anda pelos corredores arrastando suas correntes, o Sr. Otis abre a porta do quarto e, com toda a praticidade, oferece ao fantasma um produto para lubrificar suas correntes, para que elas não façam tanto barulho... e assim as tentativas do desventurado fantasma de assombrar a família tem inicio... mas, na verdade, quem aterroriza o pobre coitado são os filhos do Sr. Otis.

O tal fantasma sofre horrores nas mãos dos gemeos e do menino mais velho, chegando a ficar mais assutado do que poderia pensar em assutar!! Praticamente um fantasma em depressão... até que uma amizade florece entre ele e a a filha mais nova do embaixador, a jovem Virgínia.

É interessante a diferença com que o autor molda os personagens que são norte-americanos, modernos, pragmáticos, sem qualquer interesse pelos costumos antiquados e pelos ideiais medievias e, de outro lado, os personagens ingleses, cheios de seus modos rebuscados e cavalheirescos... e como uuns menosprezam os outros por estes modos!

Adorei o livrinho. Muito fácil e gostoso de ler.

Bem, depois de não ter gostado muito de O Retrato de Doryan Gray, este texto, apesar de bem pequeno, me agradou bastante!!!

Beijos, bom fim de semana, com muita leitura, cinema e comida gostosa!!!
Fefa Rodrigues





Dança dos Dragões

Recebi hoje um e-mail das Lojas Americanas anunciando a pré-venda do livro Dança dos Dragões, por R$ 44,90, com prado de entrega de 53 dias. Já comprei o meu... e pra todo mundo que estava esperando anciosamente a continuação da saga... o preço bem legal!! 




O duro é esperar 53 dias...

Beijos,
Fefa Rodrigues

quinta-feira, 10 de maio de 2012

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Para viver um grande amor

Gente, eu nunca li um texto tão perfeito. Eu acho inscrível como os poetas conseguem captar detlhes da vida e torná-los poesia: 

Para Viver Um Grande Amor

                                                                      - Vinicius de Moraes -

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor.

Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.

Para viver um amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fidelidade - para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.

Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô - para viver um grande amor.

Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.

É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista! - para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...

Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs - comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica e gostosa farofinha, para o seu grande amor?

Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor.

É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que - que não quer nada com o amor.

Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva oscura e desvairada não se souber achar a bem-amada — para viver um grande amor.


Beijos...
Fefa Rodrigues.

 

A Menina que Roubava Livros

Já faz muito tempo desde a última vez que um livro me fez chorar. Uns 15 anos. Ontem, chorei outra vez.


Engraçado que demorei tanto para ler esse livro. Lembro-me de quando ele estava sendo super comentado e minha sobrinha o ganhou. Apesar de gostar muito de histórias da II Guerra, não quis ler, em grande parte, porque a Dani me disse que o livro era chato. No sábado, perguntei para ela a razão daquela opinião, e ela me disse que não gostou da forma como a história era narrada, com aquelas pausas, frases curtas e a Morte, a narradora, contando antes o que aconteceria apenas no fim.

Para mim, esta forma diferente de escrever foi o único detalhe que desagradou. A história é extremamente tocante e das histórias passadas durante a II Guerra que eu já li, foi a melhor. Uma história narrada pela Morte, eu ainda não tinha visto. 

Uma história passada durante a guerra, mas que tem seu foco não em um campo de concentração, ou num esconderijo sujo, não no front de batalha... mas em uma ruazinha com nome de céu, em um bairro pobre, numa pequena cidade alemã.

Liesel é uma garota de 11 anos sendo levada para um lar adotivo. No caminho, seu irmão morre e, durante o enterro, ela comete seu primeiro roubo. Um livro derrubado na neve. Logo pensei que o lar adotivo seria aquele modelo padrão de sofrimento e maus-tratos. Mas não. Seu pai adotivo a ensina a ler, e assim começa sua relação de amor com os livros. No decorrer da história, ela vai roubar vários outros livros, e estes serão seu maior tesouro.

O livro é cheio de cenas do dia-a-dia dos moradores da Rua Himmel e de momentos marcantes.Tenho certeza de que nunca vou esquecer algumas coisas como a Morte dizendo que “tem aquela questão das 40 milhões de almas que eu levei, mas isso já está virando um eufemismo”. Ou quando Max pintou as páginas de Mein Kampf e sobre a tinta, e mais ainda, sobre as palavras de ódio, escreveu a história da amizade entre um judeu e uma menina alemã. Quando Liesel e Rudy deixaram migalhas de pão espalhadas pelo caminho dos prisioneiros judeus, e claro, quando Liesel lia enquanto estavam no abrigo durante os bombardeios.

Durante a leitura me lembrei de um texto da Lya Luft que li há tanto tempo. Ela dizia que "somos anjos montados em porcos". Esse livro me fez pensar e repensar essa frase. Realmente, os seres humanos são capazes de enormes atrocidades e de gestos de grandeza. 

E então eu chorei. 

Já disse aqui que, quando algo me toca demais, tenho dificuldade em expressar esses sentimentos. Esta é a resenha mais difícil que eu já fiz, porque ainda há um nó na minha garganta após o fim da leitura, e as lágrimas, enquanto eu escrevo, embaçam meus olhos.

Então, para nós que amamos os livros, esta é uma história linda, de amor, amizade e de como os livros podem ser redentores!!!

Beijos,
Boa leitura...
Fefa Rodrigues

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Algo sobre As Crônicas do Gelo e Fogo

Quem é fã de alguma série, assim como eu, adora todas as novidades que econtra sobre o assunto, não é? Eu sou assim com Nárnia, com Harry Potter, com O Senhor dos Anéis e, é claro, com As Crônicas do Gelo e Fogo.

Hoje, estava dando uma olhada no blog As Crônicas do Gelo e Fogo e vi a dica de um site com imagens da série. Adorei e indico. Para ver, clique aqui!!!

A imagem que mais gostei foi essa ai embaixo. Se você leu minha resenha sobre Guerra dos Tronos sabe que o meu personagem preferido foi o Khal Drogo, apesar de ser um dos personagens secundários que sequer teve seu ponto de vista, mas eu gostei muito dele!!!

Agora ele cavalga com as estrelas!!



Para os fãs, mais uma opção!!! :o)

Beijos,
Fefa Rodrigues