quarta-feira, 29 de junho de 2011

Mar Morto – Jorge Amado

Mar Morto é uma das poucas obras de escritor brasileiro que eu tenho na minha estante. Não que eu não goste dos escritores brasileiros, mas essa foi uma fase que ficou para trás como eu já comente aqui.

O primeiro livro do Jorge Amado que eu li foi Capitães da Areia, que narra a vida de um bando de meninos de rua que vivem em Ilhéus, eu era muito novo, tinha uns 14 anos, mas gostei da escrita dele e também da história.

Só depois de muito tempo eu li Mar Morto, e amei. Acho que foi o único livro que me fez chorar no final.

O livro narra vida dos pescadores na Bahia, por meio do personagem principal Guma, um pescador que, segundo tudo leva a crer, era lindo! Digamos que ele é muito bem descrito! Forte e corajoso ele é como um líder local. Guma se apaixona e se casa com Lívia, que vive amedrontada, sempre que o marido sai para o mar, temendo que Iemanjá o leve. É uma história de amor e que retrata a vida e a cultura bahiana, os costumes, as tradições, o culto a Iemanjá, personagens bem típicos, tudo super bem escrito por esse que é um dos maiores escritores brasileiros. O livro é muito bom e sem dúvidas está entre meus preferidos na literatura brasileira.

Depois que a gente lê Jorge Amado fica com uma vontade louca de conhecer a Bahia!!

Vai ai um gostinho:

“Agora eu quero contar as histórias da beira do cais da Bahia. Os velhos marinheiros que remendam as velas, os mestres de saveiros, os pretos tatuados, os malandros sabem essas histórias e essas canções. Eu as ouvi nas noites de lu no cais do Mercado, nas feiras, nos pequenos portos, junto aos enormes navios suecos no cais de Ilhéus. O povo de Iemanjá tem muito o que contar.
Vinde ouvir essas histórias e essas canções. Vinde ouvir a história de Guma e de Lívia que é a história de vida e amor no mar. E se ela não vos parecer bela  culpa não é dos homens rudes que a narram. É que a ouviste da boca de um homem da terra, e, dificilmente, um homem da terra entende o coração dos marinheiros. Mesmo quando esse homem ama essas histórias e essas canções e vai às festas de dona Janaína, mesmo assim ele não conhece todos os segredos do mar. Pois o mar é mistério que nem os velhos marinheiros entendem.”


Fica ai duas dicas para quem quer conhecer um pouco mais da literatura brasileira e da cultura Bahiana – Capitães da Areia e Mar Morto, e aproveitando a deixa, busca no youtube algumas músicas do Caymmi, daí fica completo!!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

terça-feira, 28 de junho de 2011

Operação Walquiria

Estou de férias! E férias em julho, para mim, é para relaxar. Por isso divido minhas férias em 15 dias no inverno e 15 dias no verão, que daí é para ir pra praia!! E, com esse frio de matar, nada melhor que ficar de pijama vendo filme! Foi o que eu fiz hoje. Rodando os canais encontrei Operação Walquiria iniciando – dublado, por que era Telecine Pipoca, mas tudo bem. Já tinha visto o filme duas vezes no cinema e adorei. Me lembro que na época li uma crítica falando mal do filme e falando bem de outro filme que se passava na II Guerra e que também contava a história de um atentado contra Hitler, Bastardos Inglórios.

Eu detestei Bastardos Inglórios e adorei Operação Walquiria, sorte minha que não sou crítica de cinema senão seria a única com opinião contrária. É tudo questão de gosto, não é? De qualquer forma, minha dica se você está a fim de ver um filme sobre a II Guerra é Operação Walquiria!!

Aproveitando que o assunto é cinema, ontem fui ver Velozes e Furiosos (ah!! as férias e a possibilidade de pegar a sessão das 21:30), não é um filme cult e eu estava cheia de reservas já que eu não assisti nenhum da série, fiz dezenas de comentários sarcásticos no inicio do filme, mas sabe que depois eu acabei gostando. Tudo bem que o filme é cheio de cenas absurdas e acontecimentos fisicamente impossíveis, mas numa segunda-feira, com entrada do cinema por R$ 5,00 dá para encarar, princialmente porque acaba sendo um filme engraçado, divertido.

E, para finalizar o assunto, lembrei que sexta-feira a noite, entrei embaixo das cobertas e assisti Eu sou o Número Quatro um sci-fi adolescente muito legal!!! Não sei se já estreou, o Davi baixou da net, então não sei qual é a disponibilidade. Eu achei muito legal mesmo e, segundo minha sobrinha, o filme é baseado em uma série de livros, ainda não pesquisei a veracidade das informações (hehehe), mas se for isso mesmo, já está na minha lista de compras literárias!!! E espero que façam as continuações... Então, fica ai mais uma dica!!!


Beijos e aproveitem os dias de frio que logo vão embora, como agente bem sabe!!!!
Fefa Rodrigues

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Olga – Fernando de Moraes

Detalhe da Capa
Olga é uma obra diferente daquelas que estou acostumada a ler. Não é uma biografia, é algo como um romance jornalistico, não é a vida da personagem romanceada, são os acontecimentos reais, os dados e informações reais, mas narrados de uma forma menos direta que a maneira utilizada nas biografias.

Olga, uma judia alemã que desde muito jovem passou a integrar o movimento social é treinada na Rússia como uma agente do comunismo. Junto com Luiz Carlos Prestes, Olga é mandada ao Brasil para apoiar a resistência ao governo de Vargas e o núcleo do Partido Comunista. Olga e Prestes acabam se apaixonando e vivem juntos como um casal, mas sem regularizar a situação. Após uma malfadada tentativa de revolta comunista em 1935, o casal e seus amigos passam a ser perseguidos pela polícia política e um a um são capturados, inclusive Olga, que estava grávida, e Prestes.

O livro narra a perseguição e a fuga desses personagens, a captura, os acontecimentos na prisão, e as terríveis sessões de tortura até que o destino de Olga é decidido pelo presidente Getúlio Vargas que, apesar dela ser mulher de um brasileiro e estar grávida dele, é deportada para a Alemanha e entregue à Gestapo. Olga alega em todas as instâncias que não pode ser deportada por ser mulher de um brasileiro, portanto, ter a nacionalidade brasileira, o que impediria a deportação, mas sob a desculpa de que eles não eram oficialmente casados, seu pedido é negado. Olga então é mandada para um campo de concentração na Alemanha Nazista onde dá a luz sua filha Anita Leocádia, que com poucos dias de vida lhe é tirada e mandada aos cuidados de sua avó. Olga morreu na câmara de gás pouco tempo depois.

Tem uma passagem que eu achei especialmente interessante. Quando Olga e Prestes estão escondidos em um bairro afastado no Rio de Janeiro, é carnaval e Olga está olhando pela janela as pessoas dançando e se divertindo e ela diz “Eu não entendo esse povo, parece que eles não querem ser libertados”. Ela nem era brasileira e estava aqui lutando por um povo que não era seu povo, independentemente de se concordar ou não com sua ideologia política, tem-se que reconhecer que ela estava lutando pelas pessoas, por uma vida melhor, e perdeu sua vida enquanto o resto do país estava se divertindo.

Tantos anos já se passaram desde estes acontecimentos e hoje eu vi na televisão uma apresentadora dizendo que “a maior vocação do brasileiro é fazer festa”, não que eu não goste de festas, adoro... mas acho que já está mais do que na hora de superar o clichê samba-futebol-mulher. Há tanta coisa boa aqui para ser mostrada. Há tanta gente séria. Acho que falta apenas um pouco mais de atitude para superarmos o estereótipo!!

Voltando ao livro, gostei muito de conhecer mais sobre a vida dessa personagem de destaque na história nacional, vale a pena conhecê-la e conhecer um pouco mais da história política do país principalmente para que absurdos como os que a gente viu e ouviu durante a última campanha eleitoral se tornem motivo de chacota e não informação passada de e-mail em e-mail como se fosse  expressão da verdade.  Recomendado!!


Ah e o livro virou filme, um ótimo filme por sinal!!!

Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Stonehenge – Bernard Cornwell

Já falei algumas vezes dos livros do Bernard Cornwell aqui, na minha opinião, um dos melhores escritores da atualidade. A maioria dos livros dele se passam na Idade Média, com guerreiros honrados e a sempre presente tensão entre o cristianismo e o paganismo, durante episódios marcantes da história da Inglaterra. Por mim, todos eles deveriam virar séries para a TV, porque são ótimos.

Detalhe da Capa
Mas, o livro que vou comentar hoje sai um pouco desse ambiente. Acho que todo mundo sabe Stonehenge é aquele conjunto de pedras que formam um circulo construído há mais de 4 mil anos nas planícies de Salisbury, e que até hoje ninguém sabe ao certo sua origem.

Templo druida, calendário celta, construção grega ou sabe-se lá o que, aquelas pedras são um enigma tão complexo quanto as pirâmides egípcias e Bernard Cornwell, nessa obra, se propõe a imaginar sua origem e, claro, a vida e as relações das pessoas a sua volta.

Tudo começa quando um estranho chega à tribo de Rhatarryn, carregando com ele uma grande quantidade de losangos de ouro, a beira da morte, a riqueza é tomada pelo chefe da tribo, mas aquele ouro vai influenciar de maneiras diferentes a vida e o futuro de seus três filhos.

Lengar é o mais velho e ambicioso e que vê naquela riqueza uma forma de dominar as tribos vizinhas. Descontente com a decisão de seu pai, de devolver o ouro ritual à distante tribo a quem pertence, o primogênito desafia o pai e acaba banido da tribo.

Camaban, o segundo filho é aleijado e por isso vive às margens da tribo. Mistico e visionário, o menino se torna um grande feiticeiro que acredita ter entendido as razões para a dor e o sofrimento da humanidade – a separação entre o deus Sol e a deusa Lua, e apenas a união dos dois deuses poderá trazer a paz aos homens, o que ele pretende fazer construindo um grande templo para atrair os deuses de volta.

Mas é nas mãos do filho mais novo Saban, um homem de paz e cheio e habilidades, que está o poder para construir o templo. Apaixonado por Aureanna, a noiva de Eike, o deus sol, a quem está reservado o destino de morrer e se tornar esposa do deus, Saban irá cumprir seu destino ao lado do irmão Camaban, mas o retorno de Lengar pode trazer ainda mais sofrimento à sua tribo.

É uma história diferente, ambientada em uma época tão distante e tão desconhecida, bem distinto dos demais livros de Bernard Cornwell, mas com a mesma qualidade. Vale a pena ler mesmo! Gostei bastante...

Fica ai a dica para uma leitura original... sem contar que Stonehenge é realmente um mistério intrigante e uma história sobre sua construção, na visão do Cornwell, não tem como não agradar !!!

Beijos e boa leitura!!
Fefa Rodrigues

Corpus Christi

Não sou católica, mas isso não me impede de apreciar a beleza das tradições. Ontem, dia 23 de junho foi dia de Corpus Christi, dia mais conhecido na cidade como dia da Festa do Asilo, mas, antes da tal festa, acontece uma missa e depois o Santíssimo é levado lá do local da missa até a igreja que fica dentro do asilo e esse percurso é feito todo sobre um tapete que as pessoas preparam desde o dia anterior.

Eu nunca tinha acompanhado nem visto o tapete pronto, apesar de, durante toda a vida, ter morado há duas quadras do asilo. Nesse ano, mesmo morando bem mais longe, decidi que iria acordar cedo, fotografar o tapete e ver o Santíssimo ser levado. Conhecer a tradição de perto, acho que é a proximidade da separação que tem me feito me interessar mais pelas coisas da cidade!!!

É um caminho longo. Acredito que umas 15 quadras. Confesso que desconheço o significado da tradição, mas as fotos estão ai para serem vistas e bem legal ver a emoção das pessoas.

E, enquanto eu via a procissão passando, agradeci mesmo a Deus por morar em um país onde todos podem expressar sua fé da forma que bem entendem e que qualquer outro, independente de suas crenças, sua religião, ou a ausência dela, pode estar ali ao lado, apreciando ou até em casa indiferente, sem que esse seja um motivo para qualquer tipo de desentendimento!!!





























Beijos e sendo hoje sexta-feira (para nós feriado prolongado) bom fim de semana!!!
Fefa Rodrigues

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O Refúgio Secreto – Corrie tem Boom

Voltando ao tema de livros ambientados na II Guerra, O Refugio Secreto é um daqueles livros que marcam a vida da gente. Li ele quando tinha 17 anos, nos intervalos entre as aulas do colégio.

A história se passa na Holanda, durante a ocupação nazista, mas a autora conta alguns episódios de sua infância, como quando ia com seu pai relojoeiro, uma vez por mês até a capital para que ele acertasse seu relógio.

Corrie não era judia, era protestante, mas, durante a guerra ela e sua família escolheram se importar. Se importar com a dor alheia e não aceitar a ordem estabelecida. Escolheram se arriscar pelo que era certo. E foi assim que ela e sua família passaram a esconder, em um compartimento secreto construído em sua casa, judeus, membros da resistência holandesa e outros perseguidos pelos nazistas.

Mas, suas atividades acabam sendo descobertas e ela, sua irmã e o pai são levados a um campo de concentração. Então, foi a primeira vez que li sobre os campos de concentração na literatura. Corrie, já uma senhora, sofre toda a humilhação e brutalidade do campo de concentração, mas mantém sua fé. Ela relata como, por milagre, conseguiu levar sua bíblia para o campo. Ela narra outras coisas tristes como a morte da irmã na enfermaria do campo de conentração. Ela sobreviviu e conseguiu viver mesmo depois de todo aquele horror!

Eu não consigo entender a força das pessoas que sobreviveram aos Campos de Concentração. Não sei como elas conseguiram se agarrar à vida, como elas conseguiram persistir diante de um dos maiores horrores que a humanidade pôde criar. As vezes, quando algo não dá certo, não sai do jeito que eu queria, já me encho de desanimo... quantas vezes pensei em desistir... e se eu estivesse em um lugar como aquele, será que eu resistiria? Não sei, não tenho tanta fé em mim.

Corrie sofreu, viu sua irmã morrer, viu seu pai morrer, mas sobreviveu e mais do que isso superou, a ponto de, muitos anos depois, ao encontrar um dos saldados nazistas, estender suas mãos e o perdoar.

Como já comentei quando falei sobre O Diário de Anne Frank, acredito que é possível se aprender muito com a literatura e este livro me ensinou duas lições... primeiro, que eu não devo me conformar com as coisas que são erradas, mesmo que elas estejam legitimadas por uma lei, e segundo, que mesmo ante a maior dor que alguém pode sofrer, é possível recomeçar com doçura.

Como já disse acima, não sei se teria forças para isso, mas estas lições são objetivos para serem buscados dia-a-dia...

Recomendo o livro!! Vale a pena!!!

Beijos e boa leitura.
Fefa Rodrigues

sábado, 18 de junho de 2011

Resistência – Agnès Humbert

Continuando o assunto sobre Literatura e Segunda Guerra que eu comecei duas postagens abaixo, hoje quero comentar e recomendar o livro Resistência de Agnès Humbert.

Detalhe da Capa
Já devem ter percebido que a maioria dos meus livros têm alguma história e esse não é diferente. Um amigo meu estava esperando a namorada fazer compras no shopping e foi até a Livraria Nobel para passar o tempo, entrou na internet e abriu o MSN, começamos a conversar e ele me disse que estava na livraria e se eu não queria que ele me trouxesse alguma coisa... perguntei se não tinha nada num preço bom e ele me disse que o livro Resistência estava por R$ 30,00. Não conhecia. Ele então me explicou mais ou menos do que se tratava e na hora me interessei. No fim de semana o livro estava comigo!! Ótima aquisição!!

O livro conta a história – verídica – da historiadora francesa Agnès Humbert que, inconformada com a ocupação nazista na França, decidiu permanecer em Paris e junto com seus amigos do Museu do Homem organizarou um dos primeiros grupos franceses de resistência. Por meio de um jornal que eles redigiam, imprimiam e distribuíam, denominado Résistance, o grupo iniciou uma campanha contra o governo de Vichy e contra os nazistas. 

O grupo, eficiente e corajoso, se mostrou uma pedra no caminho dos nazistas em Paris, e agiram até serem traídos por um de seus membros e entregues à Gestapo. Os homens foram executados por um pelotão de fuzilamento e as mulheres levadas para um campo de trabalhos forçados na Alemanha.

Até ai o livro é um diário e Agnès conta o dia-a-dia desde os dias pouco antes da ocupação até a decisão de voltar para Paris e lutar. A segunda parte do livro foi escrita apenas depois do fim da guerra, quando Agnès foi libertada, e nela a escritora narra suas memórias desde desde seu julgamento na França, sua condenação, sua transferência para o campo na Alemanha e os dias em que passou ali.

Mais uma oportunidade de reler os acontecimentos obscuros daquela fase da história pelo olhar e experiência de quem viveu na pele aqueles dias sombrios. Como tantos outros relatos que ouvimos e lemos, esta é a história de alguém que preferiu se arriscar à simplesmente aceitar as coisas e que, mesmo sofrendo as consequencias atrozes de sua coragem e ousadia, conseguiu manter a dignidade e a esperança.

Quero conhecer Paris, e quando isso acontecer, vou andar pelas ruas e olhar para o chão lembrando e pensando nas pessoas de valor inestimável como Agnes que também andaram por ali, onde viveram e morreram pelo que julgavam certo.

Segue o texto de início do livro pra te dar vontade de ler ele todo:

“Palácio de Chailot, Paris, 7 de junho de 1940.
Circulam boatos, os mais contraditórios, mas parece que os alemães avançam por todos os lados. (…) No museu, o ambiente anda sinistramente pesado. As coleções foram todas removidas. Sobrou a biblioteca. Acabo de receber ordem para embalar os livros mais valiosos.”

- foto tocante, não acham? -
Recomendo!!!

Beijos e Boa Leitura!!
Fefa Rodrigues

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Sobre paredes e pontes

Há cerda de dois meses eu trabalhava em uma pequena sala com apenas mais uma colega. Entre nós e a sala do lado havia apenas uma divisória, não havia portas e não havia contato. Eu nunca falava mais que um “bom dia” com o pessoal que ficava do outro lado da parece quando encontrava um ou outro pelos corredores. Algumas vezes, da minha sala, eu escutava algumas conversas animadas, risadas... mas gostava do meu cantinho silencioso.

Houve uma reformulação de nossas secretarias e a parede foi derrubada. Eu agora iria compartilhar uma sala com outras dez pessoas. Sala ampla, com janelas grandes que dão para a rua e da minha mesa posso ver o céu azul durante todo o dia, o que não acontecia antes... mas compartilhar o mesmo espaço com tanta gente que não conhecia bem não foi, para mim, uma boa idéia no início.

Dois meses se passaram e desde que eu cheguei aqui nessa nova sala muita coisa mudou. Eu criei esse blog, mas só porque a Tais, do blog La Modee, que antes ficava do outro lado da parede e que agora senta na minha frente, me ajudou, conheci melhor algumas das pessoas da nova sala e outras ainda estou conhecendo, mas agora eu tenho com quem repartir o lanche da tarde, comemorar os aniversários do mês, ouvir histórias e experiências... ou seja, crescer!!!

Era só uma fina parede de alvenaria que me separava dessas pessoas. Eu gostava da parede, eu gostava do meu cantinho solitário, mas sem parede ficou muito melhor... se a parede ainda estivesse lá eu não estaria escrevendo esse texto para o blog, porque eu nem teria um blog, se a parede ainda estivesse lá eu não teria conhecido a Fernanda do blog Na Trilha dos Livros, que apesar de poucas mensagens trocadas parece que já conheço há séculos, não teria trocado mensagens com o Ricardo Gondim, não teria pessoas do mundo todo lendo minhas palavras todos os dias – o que me enche o coração de alegria...

Se a parede ainda estivesse lá, minha vida não seria pior, seria apenas igual... quando a parede foi embora, minha vida se tornou melhor porque quando a parede foi embora, uma ponte se formou entre mim e as pessoas que antes eram apenas “eles lá do outro lado”.

Agora, mais pessoas fazem parte do meu dia, mais pessoas fazem parte da minha vida, e tem sido bem legal!!



Por isso, um conselho... quando uma parede estiver por cair na sua vida, não tenha receios, pois você poderá encontrar boas surpresas do outro lado!!!

E sendo hoje sexta-feira, desejo a todos um lindo fim de semana!!!
Beijos
Fefa Rodrigues

Literatura e Segunda Guerra Mundial - O Diário de Anne Frank

Sou Apaixonada por História e, fora a Idade Média, a Segunda Guerra é o evento histórico que mais me chama a atenção.

Algumas das minhas coisas sobre a II Guerra - Livros e Revistas de História
O primeiro livro ambientado na II Guerra que eu li foi O Diário de Anne Frank, emprestado por um tio – já anjo, quando eu tinha uns 14 anos (como foi um empréstimo e já há muito tempo, não tenho um exemplar para fazer a foto da capa).

Foi um livro que mexeu comigo. Claro que aos 14 anos eu já tinha idéia do que tinha sido a II Guerra, mas o meu pequeno conhecimento à época ainda não cheirava à sangue, só depois desse livro aquela guerra deixou de ser para mim uma sequência de informações escritas em papel branco e repetidas pela minha querida professora de história, e eu comecei a entender o horror de tudo aquilo, e eu ainda nem tinha lido algo que fizesse menção aos campos de concentração.

Não há muito o que contar sobre a história já que não é um romance, mas sim a narrativa dos dias em que aquela garota passou no esconderijo e que ela conta no diário que havia ganhado de presente em seu aniversário, ela também conta alguns dos acontecimentos que se deram alguns dias antes de ela e a família serem obrigados a se esconder... a chegada dos nazistas, a ocupação, a decisão de se esconder... Um relato que vale a pena ser lido.

Por essas coisas que eu acredito que a literatura faz toda a diferença na vida das pessoas e no modo pelo qual passamos a ver as coisas da vida, eu aprendi o que foi a II Guerra muito mais através da literatura que através dos livros da escola e aulas de história. Quando a gente lê um romance é como se vivessemos aquela história, como se sofressemos com os personagens, e foi o que aconteceu quando li esse diário. Nunca me esqueci do episódio em que alguém leva para Anne e sua família uma grande quantidade de morangos... não sei porque, mas foi o episódio que ficou marcado... 

Para quem não conhece – eu acho difícil que alguém não conheça esse livro ou não tenha ao menos uma noção de sua história – o Diário de Anne Frank é exatamente isso, um diário escrito por uma adolescente que, por ser judia, junto com sua família, foi obrigada a se esconder em um abrigo num prédio comercial durante a ocupação nazista na Holanda... nele ela conta sobre seus dias, seus medos e seus pensamentos, até que o esconderijo é descoberto e ela é levada para um campo de concentração...

Para mim, o mais tocante nessa história é o fato de estarmos lendo algo que foi escrito exatamente enquanto a guerra acontecia... são as impressões do momento... de alguém que sofreu a injustiça de ser condenado apenas pelo que era. Me dá até um aperto no coração de pensar quantas outras histórias como esta aconteceram naquela época sem que a gente nunca venha a saber...

Eu acredito que qualquer pessoa que conheça um pouco sobre o holocausto e tudo que envolveu a II Guerra será sempre um defensor da diversidade, das minorias, da liberdade de expressão, da igualdade, das garantias individuais e dos direitos humanos, do bem comum...

Aproveitando a oportunidade, vou deixar um poema que eu ouvi pela primeira vez antes da minha primeira aula sobre Direitos Fundamentais e que eu nunca mais esqueci... na verdade, nunca consegui descobri a versão exata, encontro na internet variações dele... acredito que são diferentes traduções, mas a idéia, a essência, permanece a mesma....

“Primeiro levaram os negros
Mas como eu não era negro, eu não disse nada;
Depois eles vieram e levaram alguns operários
Mas como eu também não era operário, eu não disse nada;
Depois prenderam os miseráveis,
e eu não me importei com isso, porque eu não sou miserável
Agora estão me levando Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém,
 já não há ninguém para se importa comigo.”

Bertold Brecht


Ah, eu já vi na Internet que existe um Museu da Anne Frank na Holanda... vou visitá-lo!!! ;o)

Como já li alguns livros ambientados na II Guerra, vou postá-los aqui numa série sobre o tema... assim, se é um assunto que você gosta ou quer conhecer mais, pode conhecer algumas dicas e sugerir outras também!!! Sinta-se à vontade!!!

Beijos e Boa Leitura!!
Fefa Rodrigues

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Para pensar sobre Deus... Rubem Alves

A postagem mais vista deste blog foi o texto Sobre Deus do Ricardo Gondim que eu postei aqui. Tem outro texto, no mesmo estilo, do Rubem Alves que vou postar a seguir e espero que tenha a mesma popularidade. Como é delicioso ler o que duas mentes brilhantes como estas escrevem sobre Aquele que é a essencia de toda a beleza do universo!!!

Sobre Deus - Rubem Alves
"Alguém disse que gosta das coisas que escrevo, mas não gosta do que penso sobre Deus. Não se aflijam. Nossos pensamentos sobre Deus não fazem a menor diferença. Nós nos afligimos com o que os outros pensam sobre nós. Pois que lhes digo que Deus não dá a mínima. Ele é como uma fonte de água cristalina. Através dos séculos os homens tem sujado essa fonte com seus malcheirosos excrementos intelectuais. Disseram que ele tem uma câmara de torturas chamada inferno onde coloca aqueles que lhe desobedecem, por toda a eternidade, e ri de felicidade contemplando o sofrimento sem remédio dos infelizes.
Disseram que ele tem prazer em ver o sofrimento dos homens, tanto assim que os homens, com medo, fazem as mais absurdas promessas de sofrimento e autoflagelação para obter o seu favor. Disseram que ele se compraz em ouvir repetições sem fim de rezas, como se ele tivesse memória fraca e a reza precisasse ser repetida constantemente para que ele não se esqueça. Em nome de Deus os que se julgavam possuidores das idéias certas fizeram morrer nas fogueiras milhares de pessoas.
Mas a fonte de água cristalina ignora as indignidades que os homens lhe fizeram. Continua a jorrar água cristalina, indiferente àquilo que os homens pensam dela. Você conhece a estória do galo que cantava para fazer nascer o sol? Pois havia um galo que julgava que o sol nascia porque ele cantava. Toda madrugada batia as asas e proclamava para todas as aves do galinheiro: “Vou cantar para fazer o sol nascer”. Ato contínuo subia no poleiro, cantava e ficava esperando. Aí o sol nascia. E ele então, orgulhos, disse: “Eu não disse?”. Aconteceu, entretanto, que num belo dia o galo dormiu demais, perdeu a hora. E quando ele acordou com as risadas das aves, o sol estava brilhando no céu. Foi então que ele aprendeu que o sol nascia de qualquer forma, quer ele cantasse, que não cantasse. A partir desse dia ele começou a dormir em paz, livre da terrível responsabilidade de fazer o sol nascer.
Pois é assim com Deus. Pelo menos é assim que Jesus o descreve. Deus faz o sol nascer sobre maus e bons, e a sua chuva descer sobre justos e injustos. Assim não fiquem aflitos com minhas idéias. Se eu canto não é para fazer nascer o sol. É porque sei que o sol vai nascer independentemente do meu canto. E nem se preocupem com suas idéias. Nossas idéias sobre Deus não fazem a mínima diferença para Ele. Fazem, sim, diferença para nós. Pessoas que tem idéias terríveis sobre Deus não conseguem dormir direito, são mais suscetíveis de ter infartos e são intolerantes. Pessoas que têm idéias mansas sobre Deus dormem melhor, o coração bate tranqüilo e são tolerantes.
Fui ver o mar. Gosto do mar quando a praia está vazia da perturbação humana, Nas tardes, de manhã cedo. A areia lisa, as ondas que quebram sem parar, a espuma, o horizonte sem fim. Que grande mistério é o mar! Que cenários fantásticos estão no seu fundo, longe dos olhos! Para sempre incognoscível! Pense no mar como uma metáfora de Deus. Se tiver dificuldades leia a Cecília Meireles, Mar Absoluto. Faz tempo que, para pensar sobre Deus, eu não leio teólogos; leio os poetas. Pense em Deus como um oceano de vida e bondade que nos cerca. Romain Rolland descrevia seu sentimento religioso como um “sentimento religioso”. Mas o mar, cheio de vida, é incontrolável. Algumas pessoas têm a ilusão que é possível engarrafar Deus. Quem tem Deus engarrafado tem o poder. Como na estória de Aladim e a lâmpada mágica. Nesse Deus eu não acredito. Não tenho respeito por um Deus que se deixa engarrafar. Prefiro o mistério do mar… Algumas pessoas não gostam do que penso sobre Deus porque elas deixam de acreditar que suas garrafas religiosas contenham Deus."

Um texto bom como este merece ser repassado, você não acha?!?!?! :o)

Beijos
Fefa

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Não basta sonhar, é preciso ter coragem...

Um texto que é um ótimo conselho...


Não se acostume com o que não o faz feliz,
Revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças,
Mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se o achar, segure-o!

                                                                  Fernando Pessoa

Certa vez eu li um texto do Contardo Calligaris, um colunista da Folha de São Paulo, no qual ele comentava o filme Foi Apenas um Sonho... o que mais me chamou atenção naquele texto não foram exatamente os comentários sobre o filme em si, mas foi uma afirmação que ele fez e que eu carrego comigo desde então... segundo ele “não basta sonhar, é preciso ter coragem”... coragem de que? Coragem de realizar os sonhos, se sair do roteiro, principalmente quando seus sonhos são diametralmente opostos a tudo o que está acontecendo em sua vida... ou quando é diferente dos sonhos dos outros...

Sabe quando a gente conta pra alguém, toda empolgada, algum projeto e a pessoa se vira e pergunta “Mas porque você quer fazer isso?!”... nessas horas a resposta é óbvia “Porque eu quero!”... simplesmente por isso... muitas vezes eu fiquei sem jeito diante desta pergunta... mas depois de ler aquele texto e essa poesia ai em cima eu me encho de coragem e respondo simplesmente... “Vou fazer isso, porque sempre sonhei em fazer... vou fazer isso porque eu quero fazer!”.

Então se você tem um sonho que ninguém compreende... não deixe que isso o apague... continue sonhando e tenha coragem de realizá-lo quando a oportunidade chegar... simplesmente porque é isso que você quer fazer...

Beijos
Fefa Rodrigues

Sobre Museus e Futebol...

Além de todas as outras paixões que eu tenho revelado aqui nos últimos tempos, eu também sou uma Apaixonada por Futebol. Não era. Antes eu dizia que gostava porque todo mundo gosta, dizia que torcia para um certo time ai, mas só porque era o time do meu pai, mas no fundo só estava seguindo a modinha. Hoje eu gosto mesmo, e comecei a gostar de verdade quando conheci o Davi.

Todo domingo a tarde e quarta a noite (depois de um lanche no Pedrão) assistia aos jogos com ele, ele me explicava as regras, me contava as histórias, me falava dos jogadores, eu ia com ele nas lojas ver as camisas dos times, ele me mostrava quais eram os times espanhóis, que, apesar de jogar muito nunca tinham ganhado uma copa (isso naquela época), que os ingleses tem um jogo mais duro, que os alemães são técnicos e que na França o que existe não se pode chamar de futebol... e eu fui aprendendo a gostar.

Depois, meu circulo social passou a ser quase que completamente formado por garotos amigos do Davi, então, não dava para ficar de fora das conversas, fui me interessando e aprendendo mais e, de Paulista a Brasileirão, de Libertadores a Mundial, meu coração se tornou tricolor.

Com o tempo, depois de acompanhar alguns jogos da  Champions, passei a ajudar meu irmão a escolher as camisas de time que ele sempre ganhava nas datas comemorativas. Assitia ao programa de esportes na hora do almoço e zombava do meu pai quando o São Paulo ficou trocentas rodadas do Brasileirão sem perder... faltava só ir ver um jogo de verdade em um um estádio de verdade.

Minha primeira vez em um estadio de futebol foi para ver São Paulo e São Bento no CIC em Sorocaba. Foi legal (diga-se de passagem que um de nossos companheiros era corinthiano mas não resistiu a gritar para o Rogério Ceni na hora de bater a falta... mas não vou dedar quem foi!!). Naquele dia 13 mil pessoas cantando já me deixaram impressionada, mas eu só descobri o que é um jogo de verdade e, mais especificamente, um estádio de verdade quando, depois de convencer minha mãe de que 4 mil cruzeirences não representavam perigo para 70 mil sãopaulinos, fui pela primeira vez ao Estádio Cícero Pompeo de Toledo, ou, o famoso Morumbi.

Eu e o Da na entreda do Morumbi

Na arquibancada

VIsão das cadeiras amarelas
Sem exagero. Tipo, quando chegamos já vi que estava muito cheio. Entramos sem problemas, muita gente andando na mesma direção, mas os corredores são bem largos então não tem empurra-empurra... todo mundo muito da paz, famílias, crianças pequenas... daí a gente chega em uma abertura da entrada para o campo, e é ai que você tem aquela surpresa, quando você entra e vê aquele gramado verdinho e centenas de pessoas com as cores do seu time, todas cantando juntas “Vai lá, vai lá, vai lá.... vai lá de coração, vamos São Paulo, vamos São Paulo, vamos ser campeão!”... caramba... é de arrepiar!!! Foi um dos últimos jogos do brasileirão e foi São paulo 1 x 0 Cruzeiro. O São Paulo foi campeão naquele ano!!

Voltei no ano seguinte para um jogo da Libertadores. São Paulo 2 x 0 Nacional do Uruguai. Foi ainda mais legal porque foi a noite, 64 mil torcedores...

Entrada do Morumbi

É isso que você vê quando entra no campo!!

Enos, Davi e eu

Davi, eu e João

O Placar!!!
De lá pra cá, digamos que o São Paulo não está em sua melhor fase, então, acabamos não indo ao estádio... espero que esse ano a gente tenha motivos para ir.

E você deve estar se perguntando “E o que museu tem a ver com essa história?”, calma, eu explico. É que como também sou apaixonada por museus e queria dar duas dica de passeios que unem estas duas paixões.

A primeira delas é o Museu do Futebol, que fica no estádio do Pacaembu. Apesar do estádio ser tipo 1/3 do Morumbi, o Museu é muito, mas muito legal mesmo. Não é permitido tirar fotos lá dentro, então não tenho como mostrar, mas super recomendo a visita. Na entrada você já vê uma parede enorme com a camisa de todos os times do brasil. TODOS! Na exposição tem algumas peças antigas, mas a maioria das atrações são em multimídia (e apesar de eu ter falado aqui que não curto muito museu que usa tecnologia demais, no caso do Museu do Futebol é diferente né...).

Eu e Da na entrada do Pacaembu

Entrada do Museu do Futebol

Visão geral do campo


Bar "O Torcedor" na saída do Museu


Tem uma sala que eu gostei particularmente, onde você primeiro assiste a um vídeo em 3D com o Ronaldinho Gaúcho petecando uma bola, depois você vê o esqueleto dele petecando, ou seja, todos os movimentos dos ossos... sensacional! Além disso tem uma sala que repete os hinos e músicas das torcidas, mas ela é escura e imagens vão sendo projetadas enquanto o som vai rolando e você sente como se estivesse no estádio. Tem muita coisa legal para se ver, não dá para contar tudo... então, se você é um Apaixonado por Futebol vai amar da visita!

A outra dica é do Museu que fica na Vila Belmiro, estádio do meu segundo time do coração, o Santos. Claro que é muito menor que o museu do Futebol já que ele se concentra apenas na história do Santos e, como não poderia deixar de ser, do rei Pelé, mas também tem muita coisa legal para ver. Camisas antigas, taças, cartazes de época, fotos do rei e os outros craques (quando eu fui, em janeiro de 2010, o Neimar ainda não era o Neimar – hehehehe, então não tinha nenhuma alusão a ele, mas agora deve ter... e se o Santos ganhar a Libertadores semana que vem, daí que vai ter mesmo!!) e, para finalizar, uma volta pelo gramado, arquibancada e vestiários da Vila. Tudo isso por R$ 6,00 – estudante paga meia... aliás, no Museu do Futebol também é esse preço se não me engano!

Eu e amigos na frente da Vila
O Rei do pedaço!!

Peça de Museu


Taça da Libertadores - feminina, né!!

VIsão geral do campo
Então, fica ai as dicas para quem curte futebol e está em Sampa ou em Santos!!!

E vamos lá São Paulo... quero ir visitar o Morumba esse ano outra vez!!!

Beijos e bons passeios!!
Fefa Rodrigues