Enfim, depois de praticamente dois meses, terminei de ler Ana Karenina. Meu primeiro contato com a literatura russa foi Guerra e Paz, uma obra longa, cerca de 1.200 páginas de uma obra fenomenal. Um dos melhores livros que já li na vida e, junto com Os Miseráveis, eu considero o ápice da capacidade humana em escrever. Só depois de muito tempo comprei outra obra do autor, Ana Karenina, isso já faz uns 3 anos mas, só agora, li.
Apesar do livro levar o nome da personagem, não considerei Ana como o foco principal, mas como o liame que une todos os envolvidos na história. Tudo começa quando Ana vai a Moscou para tentar reconciliar Dolly, sua cunhada, com Oblonsky, seu irmão, depois deste ter traído a esposa com a governanta. Ana, uma mulher fina e de notável beleza, é casada com Aleksei, com quem tem um filho. Durante a viagem, Ana conhece uma senhora e, ao chegarem a estação, o filho da mulher, o Conde Vronsky, está esperando pela mãe e, imediatamente, se encanta por Ana.
Acontece que Vronsky tem feito a corte a Kitty, irmã de Dolly, a cunhada de Ana, e a bela moça espera que o conde a peça em casamento em um grande baile que está por acontecer.
De outro lado está Liêvn, amigo de Oblonsky - irmão de Ana, ele é um jovem agricultor apaixonado por Kitty, e está em Moscou para criar coragem e pedí-la em casamento. E isso é o que ele faz em uma certa noite, mas Kitty rejeita seu pedido, pois está apaixonada por Vronsky que, a esta altura, está encantado por Ana.
Kitty conhece Ana através de Dolly, e simpatiza muito com ela. O baile chega e Vronky sequer tira Kitty para dançar, já que passa a noite toda cortejando Ana que, assustada com a situação, resolve deixar Moscou e voltar para São Petersburgo no dia seguinte.
Vronsky segue Ana sem se despedir de Kitty ou lhe dar qualquer satisfação. Kitty cai em depressão e quase morre, sendo levada pelos pais para a Alemanha. Liêvn, por sua vez, refugia-se em sua propriedade rural certo de que Vronsky pediu Kitty em casamento enquanto que, em São Petersburgo , Vronsky segue Ana por onde ela vai.
Um detalhe que achei interessante foi que, assim que Ana chegou a São Petersburgo e reencontrou seu marido, o primeiro pensamento que lhe veio a mente foi que suas orelhas eram grandes demais. Isso me fez pensar numa frase que minha mãe sempre diz, que a gente não pode impedir um pássaro de voar sobre nossa cabeça, mas a gente pode impedi-lo de fazer um ninho sobre ela.
A história segue contando paralelamente o que acontece com Kitty, que após se recuperar da dor de amor, retorna à Rússia e acaba casando com Liêvn, e com Ana, que, depois de diversos acontecimentos, acaba abandonando o filho e o marido e passa a viver com Vronsky. Acontece que o esposo traído se nega a lhe dar o divórcio, e isso acaba deixando Ana e Vronsky em uma situação incômoda, porque ela é sua amante, e, naqueles tempos, isso com certeza não soava nada bem.
Ana então não é mais aceita em eventos sociais e suas amigas, até aquelas que conheciam e apoiavam seu caso, acabam se afastando. O casal, então, passa a viver no exterior, mas a vida monótona e sem finalidade acaba entediando a ambos que retornam a Rússia para tentar convencer o marido de Ana a dar o divórcio para que eles possam se casar e retomar a vida em sociedade.
Ana então não é mais aceita em eventos sociais e suas amigas, até aquelas que conheciam e apoiavam seu caso, acabam se afastando. O casal, então, passa a viver no exterior, mas a vida monótona e sem finalidade acaba entediando a ambos que retornam a Rússia para tentar convencer o marido de Ana a dar o divórcio para que eles possam se casar e retomar a vida em sociedade.
O relacionamento dos dois vai se desgastando à medida que Vronsky sente necessidade de encontrar algo útil para fazer e Ana continua impedida de se relacionar socialmente, já que o marido se nega a dar o divórcio. Assim, um combate velado se inicia entre os amantes, com um culpando o outro intimamente por suas desventuras. Não que eles deixem de se amar, mas toda a situação acaba envenenando os dois.
Acho que é de conhecimento público e notório que Ana, enlouquecida pelos ciúmes sem fundamento, acaba se atirando em frente a uma locomotiva e morre. Vronsky, que a amava de verdade, sofre com a perda e se alista para a guerra eminente, enquanto a pacífica vida de Kitty e Liêvn no campo segue seu rumo, sendo que a única coisa que tira a paz desse é sua falta de fé o que acaba se resolvendo ao final.
É verdade que no fim do livro eu já estava ficando impaciente, mas é só porque eu queria voltar às batalhas medievais logo, o livro é ótimo, um clássico! Acho que o que eu mais admiro nas obras desses grandes escritores é a forma como eles criam seus personagens, a profundidade psicológica que eles lhes dão. Mesmo tempo lido vários desses grandes clássicos, pela primeira vez eu encontrei um personagem psicologicamente idêntico a mim, o Liêvn. Seu jeito de ser, seus pensamentos, seus medos, somos iguais! Eu sou a personificação do caráter desse personagem!!
Recomendo a leitura!!
Agora, tenho até a noite de hoje para decidir qual será minha próxima leitura... mas acho que será Azincourt!!!
Beijos e boa leitura!!
Fefa Rodrigues
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