Me empolguei!! Agora quero falar de todas as obras do Eça que eu li e expor publicamente minha opinião de que ele é um escritor maravilhoso!! Ah, eu sempre fui meio assim, em tudo na vida, e com a leitura também, quando descobria um autor, queria ler tudo dele, foi assim com Júlio Verne, com Victor Hugo, com Gabriel Garcia Manques, com o Eça e agora com o Bernard Cornwell. É como se minha vida de leitora também tivesse fases. Talvez seja assim com todo mundo, não é?!?!
Com certeza esse é um livro que deve ter sido tema de tese de mestrado mundo afora, mas eu vou dar uma opinião simples de leitora comum: para mim uma obra fenomenal.
O livro que é, claramente, uma crítica ao clero e também a hipocrisia da sociedade – ao meu ver – e conta a história de Amaro, que, filho de serviçais, é educado em meio a criadagem da Marquesa de Alegros que, percebendo a pessoa que o menino está se tornando, mentiroso e sem muito carater, decide mandá-lo para o seminário, para se tornar padre. Nota-se desde já que ele não tem o dom para o ofício. Se tornar padre não é uma decisão sua, é uma imposição daqueles que tinham o poder para decidir sua vida e ele, que também não tem qualquer força moral, aceita a determinação pacificamente.
O agora Padre Amaro recebe sob sua responsabilidade a paróquia de Leria e lá se hospeda na casa de uma mulher muito religiosa, acostumada a receber o clero local em sua casa. Ele logo se interessa pela filha da mulher, Amélia que acaba se tornando sua amante e, ambos, para esconder o relacionamento, passam a tomar atitudes das mais desonrosas, como quando Amélia finge que vai dar aulas de catecismo a uma garota adoentada para poder se encontrar com o padre.
Achei interessante que durante todo o tempo você percebe que no fundo Amélia sabe que está agindo errado, mas não muda, não tem forças ou não quer mudar. Infelizmente sua vida toma um rumo triste, e mesmo com todas as tentativas de Amaro de concertar o que já não tinha mais conserto, seu final é triste.
Duas cenas me marcaram nesse livro, a primeira quando Amaro veste Amélia com um véu que havia sido doado à Santa da paróquia, e ela assustada diz que aquilo podia levá-la para o inferno, então o padre a acalma dizendo que mulheres de padre não vão para o inferno.
Outra foi o trecho final do livro, quando Amaro já deixou a pequena paróquia e está em Coimbra ou Lisboa, não me lembro, ou outra grande cidade, conversando com um outro membro do clero, reclamando de que as pessoas já não respeitam mais os padres, quando uma mulher bonita passa por eles, o homem faz uma referencia a ser ela alguém que Amaro gostaria de confessar, ao que o padre responde que agora só confessa as casadas.
É como se ele tivesse aprendido uma lição muito simples com tudo o que havia se passado, tomar como amantes apenas mulheres casadas para que contratempos e incômodos como o ocorrido com Amélia não acontecessem mais. Sem qualquer remorso, sem qualquer arrependimento por ter destruido a vida de alguém. Odioso!! É um daqueles livros que nos fazem pensa, e bastante, principalmente na hipocrisia, não só do clero, mas de toda a sociedade!!
Aliás, como disse o Athos ontem em Os Três Mosqueteiros, usar uma batina não significa necessaraiamente ser um homem de Deus!!!
Beijos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues
2 comentários:
Eu assisti uma adaptação para o cinema com o Gael Garcia Bernal (amo). Gostei bastante, mas agora fiquei com muita vontade de ler o livro. Ótima dica. :)
EU vi algumas cenas do filme com o Gael, que realmente é lindo!! Aliás, desde que conheci o ator, quando ele fez Diários de Motocicleta me encantei com esse nome...
Obrigada pela visita!;o)
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