terça-feira, 8 de novembro de 2011

Filha da Fortuna – Isabel Allende

Já disse aqui que sou uma pessoa de fases, especialmente no que diz respeito à leitura, então, tive uma fase de escritores latinos e eu amei. Começou com Gabriel Garcia Marques, passou por Llosa, Borges, Allende...

Confesso que, de todos os escritores latino-americanos que eu li, Isabel Allende foi a que menos me agradou, então, acabei ficando apenas em Filha da Fortuna. Acredito que eu ia gostar mais de Casa dos Espíritos, pelo que vi no filme, porém, não cheguei a ler essa obra.

Talvez seja só minha falta de conhecimento e entendimento técnico da obra da escritora, mas eu identifiquei um quê de novela mexicana neste livro.

A história gira em torno de Eliza, uma garota abandonada ainda bebe na porta da casa da rica família Sommers, enrolada num velho casaco masculino – esse casaco é importante para a história! A família, de origem inglesa, adota e cria a garota que vive meio que fora da realidade, talvez por conta das versões que lhe são contadas sobre suas origens.

A menina rica acaba se apaixonando por um dos funcionários de seu tio, que eu não lembro o nome. Um garoto pobre, mas orgulhoso e com a cabeça cheia de idéias revolucionárias. Eles iniciam um romance entre os tapetes e cortinas guardados no sótão, mas, quando Eliza descobre que está grávida, o namorado tinha partido para os Estados Unidos, durante a fase conhecida como a “febre do ouro”, em busca de riqueza e de uma vida melhor.

Eliza, desesperada com sua situação e por ser separada do rapaz que ela amava, consegue embarcar clandestinamente em um navio, dando em troca uma preciosa jóia que recebera de presente da tia, e segue para os Estados Unidos em busca do amante. No navio, Eliza conhece um chinês que acaba se revelando um médico talentoso e experiente, mas que teve uma vida difícil e sofrida. Parece que gostei mais da história do chinês que do restante.

Quando chegam aos Estados Unidos, Eliza está fraca demais, pois sofreu um aborto durante a viagem, e o chinês fica com ela. Eles acabam se tornando amigos, uma família um para o outro, e juntos vão tentar encontrar o amante de Eliza, numa terra ainda sem lei e cheia de perigos.
A história então se desenrola enquanto Eliza se finge de homem e passa a trabalhar como pianista numa “casa de tolerância”, sempre em busca de seu amado, aqui o quê de novela mexicana.

A história de Eliza é interrompida e a autora passa à história de outros personagens que acabam se entrelaçando uma à outra.

O final foi algo de que eu não gostei muito. Parece que acaba sem acabar, fica faltando alguma coisa... muitos pontos sem explicação... uma sensação de “meu livro veio faltando o último capítulo”.

A história tem aquela essência que lembra um pouco o Gabo, aquele “absurdo da existência humana”, mas, minha opinião é de que esta obra fica muito aquém das demais obras dos escritores latino-americanos.

Vale a pena ler? Vale, para conhecer um pouco mais da literatura destas bandas, mas se for para indicar um escritor latino, indico sem duvidas Gabriel Garcia Marques e a leitura, pelo menos, dos seguintes livros: O Amor nos Tempos do Cólera, Cem Anos de Solidão e Do Amor e Outros Demônios, nessa seqüência, depois os demais...

Beijos e boa leitura!!
Fefa Rodrigues

4 comentários:

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Fefa!

Esse eu ainda não li. Amo de paixão A Casa dos Espíritos e chorei muito em Paula. A frase final está comigo até hoje: "Adeus Paula mulher. Bem-vinda Paula espírito." Isabel Allende é uma mulher muito forte mesmo para superar tudo o que já passou.

Beijos!

Fefa Rodrigues disse...

Eu acho que vou adorar A Casa dos Espiritos, pq gostei muito mesmo do filme... e todo aquele clima de mistério... envolvente... a cena da morte da irmã mais velha, não me lembro dela, se era Rosa, e a menina pequena olhando pela janela o corpo da irmã... nunca esqueci.

Vou tentar encontrar um exemplar pra ler... hhehehehe

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Puxa, Fefa, desculpa. Estou numa correria só por causa do Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte (FIQ!). Por isso não tenho aparecido. Ainda nem consegui escrever nada pra quarta. Acho que vou deixar somente um comentário sobre o festival...

A partir de amanhã, vou trabalhar de 8h a 22h. Por isso, vou dar uma sumida até o dia 14. Desculpa. Abração!

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Fefa!

Você vai gostar muito do livro. É um pouco diferente do filme (que é muito bom também. E foi filmado em Portugal e não no Chile. Sei porque minha família é portuguesa e eu visitei a região onde foi filmado, o Alentejo).

Eldest é o segundo, logo depois de Eragon. Você que gosta de fantasia vai gostar. Não é um Senhor dos Anéis ou Crônicas do Gelo e do fogo, mas é muito legal. Eu adoro, e o quarto - e último, chuif - saiu hoje nos EUA. Espero encontrar aqui porque não vejo a hora de ver como termina.

Beijos!