segunda-feira, 16 de julho de 2012

O Prisioneiro do Céu – Zafón

Há algo de muito próximo entre Zafón e Gabo. Eu sei que, especialmente para aqueles que tem um conhecimento técnico do assunto, uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas, para mim, a mesma sensação de entrar em um mundo próprio acontece quando leio as obras destes dois escritores. Eu acredito que seja pela forma com que suas histórias são sempre repletas dos “absurdos da vida” de modo a tornar a realidade das pessoas um tanto mágica. Para mim, estes dois escritores conseguem ver a magia que há na vida comum.



A capa de O Prisioneiro do Céu diz que se trata da continuação de A Sombra do Vento, mas os comentários iniciais dizem que, apesar de as três histórias – O Jogo do Anjo, A Sombra do Vento, e O Prisioneiro do Céu – estarem interligadas, elas podem ser lidas separadamente e em qualquer sequência.

Acima eu coloquei os livros na ordem cronológica em que as histórias se passam, mas eu li A Sombra do Vento primeiro (e me apaixonei perdidamente por Zafón), depois li O Jogo do Anjo e agora O Prisioneiro do Céu, e acredito que esta seja a melhor sequência para se fazer a leitura porque lendo A Sombra do Vento (e relendo diversas vezes como eu fiz), a gente passa a conhecer melhor essa Barcelona cheia de mistérios, seus personagens tão apaixonados por literatura quanto nós e lugares míticos como O Cemitério dos Livros Esquecidos. Assim, acredito que a leitura dos outros dois livros acaba sendo mais proveitosa já que estamos muito familiarizados com os personagens e lugares por onde vamos andar se lermos primeiro A Sombra do Vento.

Bem, O Prisioneiro do Céu é um livro pequeno, são apenas 246 páginas nas quais vamos acompanhar Daniel Sempere, agora casado com sua amada Bea, trabalhando tranquilamente na livraria da família em companhia de seu pai e de seu bom amigo Fermín que está prestes a se casar com Bernarda. São vésperas de Natal e Daniel está sozinho na loja quando uma estranha figura entra no lugar e pede para ver o livro mais raro da livraria, uma edição de luxo de O Conde de Montecristo.

Daniel percebe que o cara não é exatamente alguém apaixonado por livros, mas que aceita pagar a estrondosa quantia de 35 pesetas pela obra, então ele se vê obrigado a vender o livro. O homem então faz uma estranha dedicatória no livro e diz para Daniel fazer a entrega. A dedicatória dizia:

Para Fermin Romero de Torres,
que retornou dentre os mortos
e tem a chave do futuro. 13”

Assim é que, com a aparição daquele fantasma de seu passado Fermín tem que contar para Daniel que, na verdade, a vida deles está ligada desde muitos anos antes, desde uma promessa feita a David Martin (personagem de O Jogo do Anjo) envolvendo a mãe de Daniel e o sinistro passado de Fermín nas prisões de Franco.

O livro segue o mesmo estilo dos anteriores, cheio de frases pra gente grifar, com aquele cinismo ótimo do Fermín e o jeito doce e meio abobado de Daniel. Na realidade, me pareceu mais uma preparação para o que está por vir. Como eu disse acima, é uma história curta que fecha alguns “buracos” que ficaram abertos nos outros dois livros. E cria alguns outros mistérios.

Sinceramente, só vai gostar deste livro quem leu os outros dois, então minha dica é se você ainda não leu Zafón, NÃO comece por este. Se você já leu A Sombra do Vento, então leia O Jogo do Anjo e você então não vai resistir à leitura de O Prisioneiro do Céu, além disso, vai perceber, porque o autor deixa isso bem claro, que as histórias de Daniel Sempere estão apenas começando.

Beijos e boa leitura!!
Fefa Rodrigues

PS: Hoje começamos a leitura conjunta de Do Amor e Outros Demônios, todos estão convidados!!!





7 comentários:

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Oi Fefa,

Uma amiga me emprestou o livro "Do Amor e outros demônios". Então, estou na parada do clube de leitura. Abraços!

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Olá Fefa!

Comecei a ler "Do Amor e outros demônios". Pra você ver o compromisso com o nosso clube de leitura informal e à distância. Como você expressou seu desejo de que fizéssemos comentários sobre a leitura, veja o que eu escrevi no meu histórico do Skoob:
"No início ainda do texto e este já me lembrou o livro 'O arminho dorme', por conta da narrativa ter sido motivada pela abertura de um túmulo onde um defunto quase sobrenatural se revela. A diferença entre ambos é que neste livro a exumação ocorre de forma quase banal e primitiva, enquanto que no outro livro a abertura do túmulo dos Mécidi é envolta de um clima que beira a devoção. Quanto ao texto ficcional em si, consigo sentir algo de realismo mágico, embora esta percepção possa ser apenas parte da impressão prévia que tenho do autor.

Gabi Castro disse...

Oi Fefa!!! Passa lá no Abrindo os livros... pq eu deixei um selinho para o seu blog!!!

Becitos

Bibi (http://abrindooslivros.blogspot.com/)

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Oi Fefa, eu mandei um e-mail para aquele endereço que você me passou, mas retornou erro...

Vitor disse...

Fefa, eu sei que não é o lugar para falar disso, não sei se você viu no meu blog, mas lá e no Game of Thrones br tem uma matéria sobre a leitura paralela d'O Festim e d'A Dança. Deve ser legal ler os dois ao mesmo tempo. Os dois são bons, mesmo antes de terminar A Dança.
Abraços,
Vitor Vieira

Samuel Medina (Nerito Samedi) disse...

Fefa, terminei o livro. E então, quando vamos papear sobre o mesmo? Vc não disse mais nada! Manda uma msg pelo meu perfil do blog ou do twitter...

Adorei o livro. Vou fazer uma resenha sobre ele em breve!

Abraços!

Kelly Couto disse...

Olá...que lindo o seu blog. Nunca tinha visto antes.Parabéns!!!
Eu tenho todos os livros de Zafón, já li "A Sombra do Vento", e "Marina". Eu tenho o jogo do anjo e ainda não li...e hoje acabei de comprar "O prisioneiro do Céu". Valeu pela dica..Bjokassss!!!