Este livro foi meu primeiro
contato com essa escritora de romances históricos que sempre tem como foco a
monarquia da Inglaterra (aliás, há alguma fonte mais proveitosa do que a
história da Inglaterra para nossos amados romances históricos?). Claro que, sendo
o Cornweel o escritor de romances históricos mais lido por mim, ele acaba
sendo o ponto de comparação, então fui para esse romance tendo os dele como
comparativo.
Vou resumir a história antes de fazer meus comentários sobre o livro. O romance começa com Elizabeth
Rivers, uma mulher belíssima e que teve seu marido morto na guerra entre os
York e os Lancaster, parada junto a estrada, aguardando Eduardo York, que
acabou de tomar para si o trono da Inglaterra. Apesar de sua família ser
lancasteriana e seu marido ter morrido lutado pelos Lancasters, ela espera
conseguir o favor do jovem rei para retomar sua herança, já que sua cobra, quer
dizer, sua sogra, se apossou de suas terras. E é assim que ela conhece o
lindíssimo Eduardo e, com sua beleza, inteligência, malícia e um toque de
mágica conquista seu coração.
Os dois se casam em segredo e, quando
Eduardo retorna de sua campanha vitoriosa, retoma Elizabeth, porém, seu casamento
com ela até então era segredo e nem seus conselheiros mais próximos sabiam
disso. Esse casamento contraria as expectativas de Warnick, seu mentor, que
pretendia casar o rei com uma princesa francesa. Elizabeth então vai para a
Corte e começa a “ajeitar” a vida de sua família, o que gerea ciúmes de muitas famílias mais tradicionais do que a dela. Além da antipatia de muitas das famílias mais importantes, Warnick acaba traindo o jovem rei e se unindo a Margareth d'Anjou, a francesa esposa do Rei Henrique e
que foi deposta juntamente com seu marido pela casa York. Ou seja, as guerras pelo trono recomeçam, e então passamos a
acompanhar os quase vinte anos de união de Eduardo e Elizabeth e suas lutas para manter o trono, garantir a segurança de sua família, a paz do no país e gerar herdeiros.
Já nas primeiras páginas do livro eu
me apaixonei. Me apaixonei por Eduardo, e por Elizabeth e por sua mística mãe,
Jacqueta. Estava adorando a história, torcendo para ele voltar da guerra e os
dois ficarem juntos, mas, quando isso enfim acontece, achei que as coisas
começaram a ficar muito monótonas. Isso porque, em meio a tantas batalhas e
guerras, a gente só acompanha Elizabeth e sua vida na corte, e como a vida dessas mulheres era sem graça!!!
Então, para nós que estamos acostumados com sangue jorrando para todo
lado nos livros do Cornweel, com batalhas, paredes de escudos e flechas disparadas por exímios arqueiros, ficar ao lado dessa rainha, em frente a lareira, aguardando notícias do campo de batalha é muito sem graça, por isso é que, para mim, essa fase do livro deixa a desejar. Achei que faltou um pouco de “fantasia” cobrindo as lacunas da história, um “recheio”
para a realidade sem emoção. Acredito que é o que Cornweel teria feito, criado algo que tornasse esses dias interessantes, algo que os livros de história não contam. É verdade que no livro, por duas vezes Elizabeth consegue influenciar a batalha com seu "poder" sobre a ação da água, mas é coisa pouca. Podia ter mais ação.
Outro ponto que eu percebi é que
esse é um romance para mulheres. Acredito que, dificilmente, um homem vai
gostar de ver a história pela ótica feminina e, nós mulheres que gostamos de
ação e de emoção, também acabamos achando meio água com açúcar. Por isso que eu
acho que faltou um pouco de “intrigas palacianas” e de fantasiar com os
personagens e com os acontecimentos históricos... talvez um toque de ousadia tivesse deixado as coisas mais interessantes.
Mas então o Rei Eduardo, após
conseguir consolidar seu trono, depois de sair invicto de todas as batalhas que lutou, morre de febre, deixando dois filhos herdeiros, Eduardo,
príncipe de Gales, com 12 anos e Ricardo, com 5 anos, além de seu irmão que quer ser rei, também chamado Ricardo, e que foi nomeado pelo Rei Eduardo, em seu leito de morte, como guardião do príncipe. Tem também outros dois pretendentes ao trono da Inglaterra, o Duque de Buckingham e ninguém menos que Henrique Tudor, que
está exilado na Bretanha desde a infância, mas que, juntamente com a mãe, está
só esperando o momento para retornar e tomar o trono.
Ricardo, o tio, na maior “trairagem”,
sequestra o Príncipe Eduardo e o prende na Torre de Londres, consegue que o Parlamento declare que o casamento de Elizabeth e Eduardo foi obra de bruxaria e que não tem validade e que seus filhos, portanto, são bastardos, o que o torna o herdeiro do irmão e enquanto viaja pela
Inglaterra afirmando seu reinado, Elizabeth se refugia na Abadia de Westeminter
com suas cinco filhas e com o pequeno Ricardo, e de lá tenta organizar a
oposição ao falso rei. E é ai que a história começa a ficar mais interessante,
mais emocionante, porque a partir dai a gente acompanha sua ação, mesmo de
dentro da abadia, para tentar derrubar Ricardo e restaurar o Príncipe Eduardo.
A partir dai, já estamos nas últimas 100 páginas do livro, mas a história fica muito
emocionante e o livro acaba bem na hora em que Elizabeth tem tudo em suas mãos
para restaurar o poder de sua família. Como é um romance histórico, a gente já sabe como
algumas coisas vão terminar, mas a deixa final torna irresistível a leitura do
segundo volume que, até onde eu sei, ainda não foi publicado.
Então, amigas e amigos, eu posso
dizer, ao final da leitura, que foi um livro que eu gostei muito, apesar desses
pontos levantados e que, para quem ama história, é uma delícia de ler. Então
coloco ele como dica de leitura!!! Gostaria de uma opinião masculina
quanto ao livro, para avaliar se eu estou certa em afirmar que é um livro que
vai agradas as mulheres.
É isso ai gente, agora minha
leitura será Agosto, do Rubem Fonseca, um romance histórico sobre os últimos
dias de Getúlio Vargas. O livro é pequeno e com esse feriado pela frente,
acredito que vou ler bem rápido.
Beijos e boas leituras...
Fefa Rodrigues
4 comentários:
Pena que você não gostou, Fefa. Eu gostei muito. Não li fazendo comparações. Não acho proveitoso. Então não esperava nada parecido com o Cornwell. Simplesmente curti o que a autora tinha para oferecer. Já foram publicados 4 livros dessa série. Só não ainda no Brasil.
Aqui o link do site da autora falando sobre os livros.
http://www.philippagregory.com/work/10-the-cousin%E2%80%99s-war-series/
Beijos e boas leituras.
adoro a monarquia inglesa! Tá na lista!
Ahhh! Comprei o volume único das Crônicas de Nárnia!
Oi Fefa!
Ainda não li nada dela, mas tenho os dois primeiros dos Tudor na estante, só esperando. Esse foi baseado na Guerra das Rosas? Se foi, essa disputa foi o que inspirou As Crônicas do Gelo e do Fogo, então já é motivo para ler :)
Beijos!
Fê
É verdade, agora vai ficar mais emocionante. A filha dela terá muito mais importância na história. Só não entendi a ordem com que autora escreveu os livros. A Philippa Gregory é meio confusa nessas séries.
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