quinta-feira, 11 de abril de 2013

Agosto – Rubem Fonseca


Minha primeira leitura desse escritor e de um romance histórico brasileiro, o livro utiliza como pano de fundo o dias que antecedem o suicídio de Vargas no mês de agosto de 1954. A história, que mistura ficção e realidade, se inicia com o assassinato de um rico empresário que poucos dias antes havia participado de uma negociata com o Banco do Brasil e conseguido uma licença milionária para exportação de café. O responsável pela investigação é o comissário Mattos, um policial honesto, que estuda para o concurso da magistratura e leva seus deveres a sério. Tão a sério que acaba colecionando inimigos durante a investigação.



Ao mesmo tempo em que acompanhamos essa investigação, que envolve vários nomes importantes, entre deputados, senadores, ministro e todo tipo de gente envolvida com política, vai sendo narrado, paralelamente, os acontecimento nacionais desencadeados após o atentado contra Lacerda, e que acabou por matar um major da aeronáutica.

O atentado mal sucedido, e colocado em prática por Gregório, chefe da guarda pessoal do presidente, conhecido como Anjo Negro é o estopim para que os militares e toda a oposição iniciassem uma campanha exigindo a renúncia de Vargas, o que, como todos sabem, culmina com seu suicídio.

Quando comprei o livro, acreditava que a história seria narrada a partir de uma maior proximidade com o presidente. Na verdade isso não acontece, a gente vai seguindo a investigação de Mattos e entre a história as noticias sobre os acontecimentos da política nacional vão aparecendo.

Um livro interessante, para quem gosta de política – e para mim que vivo em meio a política -, e confesso que ao final fiquei pensando como esse mundo é ingrato, como um dia Vargas foi o homem temido que foi e chegou a uma situação de traição por parte de seus companheiros mais próximos. Acredito que, por conta de sua personalidade e de tudo que ele já tinha passado, o suicídio foi a única resposta digna que o presidente poderia dar.

Disse ele “deixo a vida para entrar para a história”, e essa sua profecia se realizou, afinal, quem conhece Lacerda? Mas quem não conhece Vargas?

Uma boa leitura gente!! Gostei.
Agora iniciei a leitura de O Palácio de Inverno e estou gostando!!

Beijinhos e boa leitura!!!
Fefa Rodrigues

Minhas férias estão chegando, então, depois de uma semana viajando, eu volto e vou colocar tudo em dia aqui!!!