segunda-feira, 9 de abril de 2012

As Esganadas – Jô Soares

Logo que vi que o Jô havia lançado mais um livro – As Esganadas, fiquei super interessada. Encontrei o livro por R$ 19,90 no Submarino e claro que comprei na hora. Li rapidinho, cinco ou seis dias, aproveitando o feriado prolongado - adoro ler até não aguentar ficar com os olhos abertos, e pude fazer isso neste fim de semana!!

Este livro segue a mesma receita de O Xangô de Baker Street e de Assassinato na Academia Brasileira de Letras, mas não como faz o Dan Brown. O Jô, assim como o Zafon, usa os mesmos ingrediente neste três livros – ambientação histórica, um serial killer e personagens  que fazem um certo tipo –  mas o sabor é completamente diferente em cada um deles!!

A história narra uma série de assassinatos, que se passam no charmoso Rio de Janeiro dos anos 30, durante o Estado Novo, rodeados de personagens e acontecimentos reais como o famigerado Filinto Muller e Getúlio Vargas, a tentativa de golpe integralista e a participação do Brasil na Copa de 38, sempre tendo como pano de fundo os lugares mais famosos da cidade maravilhosa, além dos ecos dos acontecimentos na Europa que chegam até o Brasil.

O traço comum das vítimas assassinadas é que todas elas são extremamente obesas, fora isso, nada liga as pobres mulheres que são mortas por asfixia, já que são obrigadas a comer quantias enormes de refinados pratos portugueses, motivo pelo qual a imprensa pelida a série de assassinatos de O Caso das Esganadas. Mas, para o leitor, não há mistério sobre quem é o assassino, já que, logo no primeiro capítulo, somos apresentados à Caronte o rico dono da funerária Estige - Jô e seu delicioso sarcasmo – a maior empresa funerária da América do Sul.

A loucura de Caronte, um homem extremamente magro e apaixonado por música clássica vem de sua relação doentia com sua mãe – a quem o maluco também matou, uma mulher extremamente gorda que criou seu filho de forma rigorosa e que, além de não deixá-lo comer os deliciosos quitutes que ela fazia, já que não queria que ele também fosse gordo, o proibiu de realizar seu sonho de tornar-se músico. Caronte quer se vingar de sua mãe em cada mulher gorda que ele encontra.

Investigando o caso, o quarteto formado pelo delegado Noronha e por seu ajudante Vavá Calixto, por Tobias Esteves, ex-oficial de polícia de Lisboa, a quem o próprio Fernando Pessoa dedicou um de seus poemas – O Esteves sem metafisica –, e que, depois de afastado do cargo após se envolver em um falso suicídio, vem ao Brasil onde se torna um rico empresário, proprietário da rede de restaurantes Regalo Luso e, para completar o time, a bela jornalista Diana – a química entre estes personagens é ótima.

O legal dos personagens do Jô é que eles são como os personagens que ele criava para TV, são um “tipo”, então fica muito fácil imaginar seus trejeitos, sua forma de falar e sua aparência, e neste livro em especial, eu me afeiçoei bastante aos personagens. Alíás, apesar de eu ainda achar que O Homem que Matou Getúlio Vargas é o melhor dos livros do Jô, os personagens desta trama foram meus favoritos dentre os personagens que de seus livros.

Outra coisa é que, mesmo a gente sabendo quem é o assassino desde a primeira página, o livro não perde a graça e o suspense fica sempre no ar. Um livro, muito legal, bem divertido mesmo... certeza de muitas risadas!!

Ah, só uma coisa, outro dia me disseram assim “pra você todos os livros são muito bons”, numa imitação e critica ao meu jeito de falar, então, me lembrei do que eu disse para o Nerito semana passada e de algo que eu já falei aqui. Bem, eu não sou especialista em literatura, não sou formada em letras, alíás, diga-se de passagem, sou advogada, mas eu AMO ler, eu gosto dos livros e é claro que um ou outro não me agradam totalmente mas, via de regra, eu falo bem de todos os livros que leio, mesmo porque, tento não ser critica demais com estes que são, quase sempre, meus únicos companheiros durante a semana!!! Então, eu só vou falar que não gostei de um livro e que não vale a pena ler, quando eu não encontrar nada que valha a pena nele...

Então, fica mais uma dica...

Beijos e boa leitura.
Fefa Rodrigues

PS: agora estou lendo O Condenado, do meu querido Bernard Cornwell!!!


9 comentários:

mundo da lua disse...

kkk mais é claro que todos os livros são bons se só vc posta sobre os que vc gostou.


o Jô é uma figura daquelas que não necessitam ser elogiadas é um mestre de ironia e humor.

Bjo.

Fernanda Cristina Vinhas Reis disse...

Oi Fefa!

Na verdade, estou relendo O Arqueiro. Sabe, depois de ler o final enjoativamente meloso da série Os Imortais, eu precisava de algo bem sangrento ;D E como minha irmã emprestou uma vez esse livro e nunca mais voltou, ela acabou comprando naquele pacotão que ela aproveitou do Submarino, ela comprou de novo e eu aproveitei para reler. Também adoro, mas meu preferido do Bernie é mesmo As Crônicas de Artur. E como é O Condenado? Eu tenho ele também, só esperando...

Game of Thrones é show de bola mesmo. A primeira temporada foi fantástica, e a segunda promete ser tão boa quanto. Eu estou adorando!

Fefa, fica aguardando que acho que amanhã sai o comentário sobre o show do Foo Fighters! Foi muito bom! Lembrei de você.

Beijos!

Dora Delano disse...

Menina, deixa eu fazer uma fofoca aqui, que eu já ouvi por ai, e que como toda fofoca por não ter nenhuma pitada de realidade. Você já ouviu dizer que não é bem o Jô que escreve os livros dele e sim um grupo de autores? Essa história de Ghost writer... Não to diminuindo o Jô, não. Longe de mim. Mas é que ouvi dizer...

Fefa Rodrigues disse...

DORAAAAAAAA como assim?

Oq eu reparo é que nos agradecimentos ele sempre coloca um montaõ de "colaboradores"... mas esta história eu ainda não tinha ouvido.... será que procede???

Dora Delano disse...

pois é... eu não sei se procede... ouvi dizer...vai saber, né?

Fefa Rodrigues disse...

ORQUIDEA

Eu até comentei no blog DESTANTE, que é do Manuel, lá de Portugal, que pra mim Paulo COleho é péssimo... não sei o que faz ele ter tanto sucesso... a linguagem dele é terrível... nossa, nada de bom!

Agora... sobre Cornwell... eu AMO completamente hehehehe!!! OLha só, estou adorando O Condenado, mas é um livro que foge um pouco ao estilo comum do Cornwell... neste não tem batalhas, e sangue escorrendo pelas páginas... mesmo porque a história se passa em uma época mais recente né... um pouco mais civilizada!!! Mas acrdito que vc vai gostar... como sempre digo, as vezes tenho medo de criar expectativas demais e a pessoa acabar não curtindo muito...

Depois, se tiver oportunidade, leia alguma das séries dele... a minha preferida é A Busca do Graal, mas As Crônicas de Artur e Crônicas Saxonicas tbm são muuuuuuuuuuito boas!!!!

Vai me dizendo oq vc acha do livro... quero saber sua opinião!!

Fefa Rodrigues disse...

ORQUIDEA, por falar em ideiais americanos, já assistiu Foi Apenas um Sonho?

Fefa Rodrigues disse...

Orquidea-> nem me fale... parecia que os rins condimentados eram a maior preocupação do personagem que estava acompanhando o Henri, não me lembro o nome do outro... e só pelo odor descrito eu já acho que não conseguiria sequer tomar um copo d'água.... poxa, e fiquei com muita pena da moça que foi enforcada...

OLha, eu sou advogada né... então essa idéia dela ter sido julgada e condenada apesar de não ter sido encontrado o tal colar que ela supostamente havia roubado, me dá até um arrepio... ainda bem que o mundo mudou... nessas horas é que - apesar de meu pai viver criticando os grupos de dirietos humanos - eu nunca vou deixar de preferir a certeza à dúvida, na hora de julgar o comportamento de alguém!!!

Fefa Rodrigues disse...

ORQUIDEA... eu tbm sou o oposto do meu pai, em quase TUDO!! hehehehe

Mas direito criminal (penal) não é minha área.... meu negócio é Direito Tributário hehehehe...